13 autoras finlandesas que você deveria ler

Pedimos a especialistas recomendações sobre autoras finlandesas contemporâneas, e aqui estão elas: cada uma com um livro para você começar a leitura.

Nos últimos anos, lança-se como nunca livros de autoras finlandesas contemporâneas.

Consultamos alguns bibliotecários e algumas sociedades de literatura para criar uma lista de escritoras notáveis da Finlândia. Algumas delas têm carreiras que já duram muitas décadas, enquanto outras, conquistaram a prateleira dos mais vendidos mais recentemente com seu primeiro livro.

Para cada escritora mencionamos pelo menos um livro. Para que a lista não ficasse muito extensa, limitamo-nos a livros publicados a partir de meados dos anos 2000 e já disponíveis em inglês; muitos deles foram publicados em vários outros idiomas também. Com uma exceção, os originais são todos em finlandês ou sueco, ambos idiomas oficiais da Finlândia.

Inger-Mari Aikio

Photo: Jaime Mejía

Inger-Mari Aikio é uma escritora e tradutora que escreve no idioma lapônico setentrional, uma das línguas do povo indígena Sámi, cuja terra natal se estende pelo norte da Finlândia, Suécia, Noruega e um canto da Rússia. (Três idiomas Sámi são falados no norte da Finlândia e têm o status de línguas oficiais na região.)

A escrita de Aikio explora suas visões da genuína identidade Sámi e aborda temas de alteridade cultural e gênero. Sua antologia poética bilíngüe, publicada em lapônico setentrional e finlandês, como Beaivváš čuohká gaba / Aurinko Juo Kermaa de 2014, mostra as línguas lado a lado em uma coleção de versos inspirados na natureza, semelhantes a haikus. Para permitir aos leitores que experimentem uma interação semelhante entre dois idiomas, o livro foi traduzido para o alemão e o inglês (Sahne für die Sonne / Cream for the Sun, 2018), que em tradução literal para o português seria “Creme para o Sol”.

Um álbum de acompanhamento, criado em conjunto com o músico Miro Mantere, está disponível no Spotify. Nele, Aikio lê uma seleção de poemas em lapônico setentrional e Mantere canta em finlandês, com música instrumental e sons da natureza ao fundo.

Monika Fagerholm

Capa: Schildts & Söderströms; foto: Stefan Bremer/Teos

Monika Fagerholm é uma autora finlandesa de língua sueca premiada. Seu terceiro romance, The American Girl (2010; sueco: Den amerikanska flickan, 2004, tradução literal: A Garota Americana), conta a história de uma menina de Coney Island que desaparece quando chega a Helsinque na década de 1970. O mistério do crime, que também é uma meditação sensível sobre a amizade feminina, ganhou o Swedish August Prize em 2005. O livro é o primeiro de uma série de duas partes, seguido de The Glitter Scene (2011; sueco: Glitterscenen, 2009, tradução literal: A Cena Glitter).

Elina Hirvonen

Foto: Jarkko Virtanen/Teos; capa: Teos

O romance de estréia da jornalista, autora e documentarista Elina Hirvonen, When I Forgot (2009; finlandês: Että hän muistaisi saman, 2005, tradução literal: Quando Eu Esqueci) conta a história de uma jornalista que reflete sobre sua vida e de seu irmão, durante os ataques de 11 de setembro. Um livro tremendamente pensativo, ele descompacta o processo que uma mulher experimenta quando decide explorar suas próprias memórias. Desde então, Hirvonen continua publicando romances enquanto filma documentários.

Emmi Itäranta

Capa: Teos; foto: Heini Lehväslaiho/Teos

Emmi Itäranta finalizou seu primeiro romance, Memory of Water (2015; Finlandês: Teemestarin kirja, 2012, tradução literal: Memórias de Água), enquanto cursava mestrado em escrita criativa na Universidade de Kent, na Inglaterra. Itäranta começou a escrever o romance em inglês, traduzindo-o para o finlandês ao longo do caminho. Ela terminou de escrever o livro em finlandês e inglês simultaneamente. Memory of Water é uma história de amadurecimento ambientada em um mundo futuro, que começa a ficar sem água fresca. Críticos compararam Itäranta a Margaret Atwood. Memory of Water ganhou o Prêmio Literário Kalevi Jäntti para jovens autores em 2013 e o Prêmio Young Aleksis Kivi em 2012.

Katja Kettu

Foto: Ofer Amir/WSOY

Katja Kettu é colunista, diretora de filmes de animação e autora de The Midwife (2016; finlandês: Kätilö, 2011, tradução literal: A Parteira). Inspirada nas histórias da vida real de seus avós, o romance histórico de Kettu conta a história de amor entre uma parteira que trabalha na remota Lapônia e um oficial alemão durante a Segunda Guerra Mundial.

Rosa Liksom

Foto: Pekka Mustonen/WSOY

A artista visual, ilustradora e autora Rosa Liksom ganhou o prestigiado Prêmio Finlândia em 2011 com Compartment No.6 (2014; finlandês: Hytti nro 6, 2011, tradução literal: Cabine nro. 6). A escrita de Liksom geralmente se concentra nas diferenças entre a vida urbana e a reclusão. Compartment No.6  é uma ode à União Soviética que está morrendo. Relata a história de uma jovem garota que embarca em um trem em direção ao leste para escapar de um caso fracassado em Moscou.

Laura Lindstedt

Foto: Jarkko Mikkonen/Teos

O segundo romance de Laura Lindstedt,  Oneiron (2018; finlandês: Oneiron, 2015) venceu o Prêmio Finlândia 2015. No livro, Lindstedt experimenta a combinação de diferentes gêneros de escrita, incluindo poesia e ensaios, para explorar o conceito de vida após a morte. Ela conta a história de sete mulheres que se conhecem como estranhas em um espaço onde o tempo não existe. Juntas, elas buscam conexão em suas vidas em uma tentativa de averiguar os eventos que as levaram à morte. A história complexa demorou 8 anos para ser terminada por Lindstedt e recebeu elogios de críticos de todo o mundo.

Ulla-Lena Lundberg

Foto: Cata Portin/Schildts & Söderströms; capa: Schildts & Söderströms

Aos 15 anos Ulla-Lena Lundberg publicou sua primeira antologia poética. Desde então, a finlandesa de língua sueca escreve ficção sobre lugares onde viveu. Ela nasceu em Kökar, nas Ilhas Åland da Finlândia, um arquipélago autônomo localizado entre a Finlândia e a Suécia. Outros locais incluem Botsuana, Zâmbia, Quênia, Tanzânia e Sibéria. Seu romance Ice (2016; Sueco: Is, 2012, tradução literal: Gelo) ganhou o Prêmio Finlândia 2012. Situado nas Ilhas Åland após a Segunda Guerra Mundial, Ice conta a história de um pastor que se apaixona pela vida remota da ilha. A Ópera Nacional da Finlândia adaptou o romance para o palco; o espetáculo estreou em janeiro de 2019.

Sofi Oksanen

Foto: Toni Härkönen

Nascida na Finlândia, filha de pai finlandês e mãe estoniana, Sofi Oksanen é uma comentarista cultural que escreve extensamente sobre direitos das mulheres, liberdade de expressão e imigração. Com traduções para mais de 40 idiomas, Oksanen é a autora viva mais vendida da Finlândia. Seu romance mais conhecido, Expurgo (2012; finlandês: Puhdistus, 2008), narra a vida de mulheres de uma família estoniana entre as décadas de 1930 e 1990. Norma (2016; finlandês: Norma, 2015) conta a história de uma mãe que luta para preservar o segredo sobrenatural de sua filha.

Riikka Pulkkinen

Foto: Jouni Harala; capa: Otava

Riikka Pulkkinen é uma ex-atleta com romances traduzidos em 20 idiomas. Seu segundo romance, True (2012; finlandês: Totta, 2010, tradução literal: Verdade), conta a história de três gerações de mulheres, a mais velha das quais foi diagnosticada com câncer terminal. Uma história elegantemente escrita, cheia de observações afiadas sobre famílias, gênero e morte.

Salla Simukka

Foto: Hanna Poropudas; capa: Tammi

A tradutora, crítica literária e autora Salla Simukka é mais conhecida por sua trilogia de suspense, que inclui Vermelho como Sangue (2015; finlandês: Punainen kuin veri, 2013), Branco como a Neve (2017; finlandês: Valkea kuin lumi, 2013) e As Black as Ebony (2015; finlandês: Musta kuin eebenpuu, 2014, tradução literal: Negro como Ébano). Os livros acompanham a vida de uma adolescente que escapa de sua casa na cidade de Tampere, no centro-oeste da Finlândia, depois que alguém envolvido no tráfico internacional de drogas começa a persegui-la. O estilo de escrita de Simukka inspirou comparações com Jo Nesbø e Stieg Larsson.

Anja Snellman

Foto: Jouni Harala/New Terrain Press

Anja Snellman é uma colunista e apresentadora de televisão cuja carreira como autora já tem três décadas e 24 romances. Seu trabalho foi traduzido para 20 idiomas. Pet Shop Girls (2013; em finlandês: Lemmikkikaupan tytöt, 2007, Tradução literal: As meninas da Loja de Animais) é o primeiro livro de Snellman a ser traduzido para o inglês. Conta a história de uma adolescente desaparecida e o romance de suspense é especialmente perceptivo sobre o tema das relações mãe-filha.

Maria Turtschaninoff

Foto: Karin Lindroos/Schildts & Söderströms; capa: Schildts & Söderströms

Maria Turtschaninoff escreve romances de fantasia, como a série chamada The Red Abbey Chronicles (tradução literal: Crônicas do Convento Vermelho), que inclui os livros Maresi (2016; Sueco: Maresi, 2014) e Naondel (2017; Sueco: Naondel, 2016). A história se passa em um convento isolado, onde vivem apenas mulheres. Os livros combinam o feminismo com a mitologia. Turtschaninoff ganhou o Finlandia Junior Prize para jovens adultos e literatura infantil com Maresi em 2014. No momento, a produtora Film4, do Reino Unido, faz uma adaptação do livro para um filme.

O Dia Internacional da Mulher é celebrado anualmente no dia 8 de março.

Por Tabatha Leggett, fevereiro de 2019

Agradecimentos especiais ao Saami Council (Conselho Sámi); the Society of Swedish Literature in Finland (A sociedade de Literatura Sueca da Finlândia); the Finnish Literature Exchange (Intercâmbio dde Literatura Finlandesa); e ao serviço das biliotecas finlandesas libraries.fi: Ask a Librarian (Pergunte a um bibliotecário), por suas recomendações.