Shekeba Ahmadi chegou a um centro de recepção a refugiados na cidade de Oulu, no norte da Finlândia, com nada além de seu telefone, passaporte e as roupas do corpo. Para chegar ao aeroporto da capital afegã, Cabul, e sair do país, ela se submeteu a uma rota de fuga angustiante que incluía trechos por canais de esgoto.
Ahmadi é Hazara, um grupo étnico fortemente perseguido pelo Talibã. Como ex-funcionária da Embaixada da Finlândia em Cabul, ela fez parte do grupo de mais de 400 afegãos evacuados para um local seguro com a ajuda das Forças de Defesa da Finlândia.
Organizando novos pilares
Ahmadi compartilha sua história enquanto toma um café no centro de Helsinque, cidade que ela chamou de lar a partir de 2021.
“O reassentamento tem sido muito fortalecedor, mas também desafiador”, diz ela. “Os momentos iniciais foram difíceis; tinha pesadelos terríveis, então, tentei me concentrar ativamente na reconstrução da minha vida.”
Depois de distribuir currículos ela conseguiu um estágio na organização de mediação da paz CMI, uma fundação criada pelo Prêmio Nobel da Paz e ex-presidente finlandês Martti Ahtisaari. Ela também foi aceita no programa Peace, Mediation and Conflict Research (Pesquisa em Paz, Mediação e Conflito) da Universidade de Tampere. Ela adiou esses estudos enquanto continua seu trabalho no CMI.
“Tive uma assistente social maravilhosa que arranjou um apartamento para mim ao norte de Helsinque”, diz ela. “Eu trabalhei duro para receber tudo o que tenho em meu pequeno ninho.”
Arquiteta de sua própria vida
Ahmadi compartilha sua história enquanto toma um café no centro de Helsinque, cidade que ela chamou de lar a partir de 2021.
“O reassentamento tem sido muito fortalecedor, mas também desafiador”, diz ela. “Os momentos iniciais foram difíceis; tinha pesadelos terríveis, então, tentei me concentrar ativamente na reconstrução da minha vida.”
Depois de distribuir currículos ela conseguiu um estágio na organização de mediação da paz CMI, uma fundação criada pelo Prêmio Nobel da Paz e ex-presidente finlandês Martti Ahtisaari. Ela também foi aceita no programa Peace, Mediation and Conflict Research (Pesquisa em Paz, Mediação e Conflito) da Universidade de Tampere. Ela adiou esses estudos enquanto continua seu trabalho no CMI.
“Tive uma assistente social maravilhosa que arranjou um apartamento para mim ao norte de Helsinque”, diz ela. “Eu trabalhei duro para receber tudo o que tenho em meu pequeno ninho.”
Arquiteta de sua própria vida
Apesar de ser grata por seu novo lar, não há um só dia que passe sem que ela sinta agonia pelas lutas daqueles que ficaram para trás.
“Muitas coisas que são consideradas normais na Finlândia são privilégios incríveis para recém-chegados como eu. Coisas como educação gratuita, sistema de saúde, ar fresco e água limpa”, diz ela. “No Afeganistão, temos que comprar água potável engarrafada.”
Depois de testemunhar como o Talibã impôs limites extremos aos direitos das mulheres, Ahmadi expressa apreço especial pela igualdade de gênero finlandesa.
“Foi inspirador conhecer tantas mulheres corajosas, fortes e independentes na Finlândia, que fazem quase tudo sozinhas”, diz ela. A Finlândia classifica-se consistentemente no topo ou muito perto do topo dos estudos internacionais que avaliam a igualdade de gênero e os direitos das mulheres.
Liberdade educacional para todos
Ahmadi foi recentemente promovida ao cargo de assistente de projeto na equipe Women in Peacemaking (Mulheres na Pacificação) da CMI. Sua nova função envolve a conexão com o Fórum de Líderes de Mulheres Afegãs, uma rede que busca garantir a inclusão de mulheres afegãs no diálogo político.
“Todas as manhãs acordo feliz por contribuir com algo positivo em um trabalho que está intimamente alinhado aos meus valores pessoais”, diz Ahmadi.
Com o Talibã continuando sua perseguição sistemática, o que Ahmadi acredita que a comunidade internacional deveria fazer?
“Os remédios vão além do apoio humanitário”, diz ela. “Antes de tudo, mecanismos de monitoramento devem ser implementados para manter um registro de crimes de guerra e violações de direitos humanos. E todos os líderes do Talibã devem estar sob total proibição de viajar”.
Ela continua: “Além disso, os refugiados afegãos devem ter assegurado o direito a um processamento justo e rápido de seus pedidos de asilo”.
Quando questionada sobre suas esperanças pessoais para o futuro, Ahmadi diz que quer viver em um mundo onde as mulheres não tenham que lutar apenas para obter direitos básicos.
“E as meninas não deveriam ter que lutar para ir à escola”, diz ela.
Por Silja Kudel, novembro de 2022