A Finlândia se despertou para o fato de que à medida que a grande “safra” de bebês nascidos após a guerra agora se aposenta, haverá uma falta de profissionais, que a atual geração não será capaz de preencher.
A Finlândia se despertou para o fato de que à medida que a grande “safra” de bebês nascidos após a guerra agora se aposenta, haverá uma falta de profissionais, que a atual geração não será capaz de preencher.
Se todos os postos que se tornarão vagos na próxima década nos serviços de saúde tivessem que ser preenchidos apenas por finlandeses, um em cada quatro jovens da Finlândia teria que se dedicar à enfermagem. Uma vez que esta hipótese é obviamente inviável, haverá uma clara necessidade de recrutar gente no exterior nos próximos anos, especialmente nos setores de serviços e saúde.
A ideia de um emprego temporário ou permanente na Finlândia ou mesmo, de lá se estabelecer, não é mais tão extraordinária como parecia há meros dez ou vinte anos. As vantagens incluem boas condições de trabalho e alta estabilidade no emprego. Até mesmo a intrigante língua finlandesa não é barreira para recém-chegados dispostos a fazer um esforço, muito embora se admita que possa tornar o progresso um pouco mais lento.
Cresce a mobilidade no trabalho

Apesar dos efeitos das oscilações econômicas no mercado de trabalho, os empregadores na Finlândia necessitarão, a longo prazo, de mão de obra mais qualificada. Foto: Pentti Sormunen/Plugi
A mobilidade no trabalho de fato se acelerou consideravelmente com a expansão da União Europeia. Em 2018, o número de pessoas que se mudaram para a Finlândia totalizou 31,106.
A Finlândia tem sido e continua sendo culturalmente, etnicamente e linguisticamente homogênea. A atitude com referência aos recém-chegados é, sobretudo, de cautela, tanto nos meios oficiais como entre a população em geral.
No entanto, a Finlândia decidiu oferecer aos imigrantes uma recepção calorosa. O programa político do Primeiro-Ministro Matti Vanhanen, no seu segundo governo, iniciado na primavera de 2007, torna clara a transição de uma política “frente aos estrangeiros” para outra “frente aos imigrantes”. Apesar da atual crise econômica e dos seus efeitos sobre o mercado de trabalho, os empregadores finlandeses precisarão, a longo prazo, de mão de obra qualificada.
Precisa-se de profissionais em saúde

Empregadores finlandeses têm participado em Feiras de Emprego através da Europa. Os serviços de saúde são um setor em que a demanda supera a oferta.Foto: Plugi
A mobilidade é atualmente incentivada, especialmente dentro da Europa. Quando cidadãos europeus querem se mudar do país para trabalhar, são assistidos pela EURES, a Rede Europeia de Serviços de Emprego. Mais de 800 consultores em serviços públicos de emprego nos países membros da União Europeia estão envolvidos na EURES. Na Finlândia, são 31 deles em Centros de Desenvolvimento Econômico, Transportes e Meio Ambiente das maiores cidades. Estes especialistas ajudam as companhias que procuram trabalhadores fora da Finlândia e identificam contatos e canais para pessoas da Finlândia que buscam empregos no estrangeiro.
Recentemente, tem sido comum a organização de Feiras de Recrutamento em muitos países. Empregadores finlandeses têm estado presentes na Polônia, Eslováquia, República Checa e Hungria. Hospitais em toda a Finlândia têm ativamente encorajado expatriados finlandeses na Suécia a regressarem.
“Aqueles que vêm conversar com potenciais empregadores finlandeses nas feiras são predominantemente jovens, que podem ter estudado na Finlândia pelos programas de intercâmbio tais como o “Erasmus”. “Têm agradáveis memórias da Finlândia e frequentemente também falam finlandês”, como diz a conselheira Tiina Oinonen, do Ministério de Emprego e Economia, que tem se envolvido com a EURES por vários anos.
Abra a sua mente ao finlandês
Muito embora os imigrantes sejam apoiados de muitas formas, vir trabalhar na Finlândia requer um espírito empreendedor e uma mente aberta. A questão mais importante, a maior, é a língua. São muito poucos os empregos nos quais é possível trabalhar sem qualquer conhecimento de finlandês e, mesmo que apenas para segurança ocupacional, é vital poder se comunicar.

Em serviços de saúde ou qualquer outro campo, falar finlandês é uma vantagem. Talvez isto exija aprendizado intensivo, mas a experiência mostra que isto é factível. Foto: Tarja Hoikkala/Vastavalo
As autoridades locais e, na verdade, muitos empregadores também, oferecem treinamento na língua finlandesa aos imigrantes e suas famílias, gratuito ou com baixo custo. Evidentemente, há diferenças individuais na capacidade de apreender rapidamente uma nova língua, porém Oinonen afirma que com seis meses de esforço intensivo, atinge-se um nível suficiente para comunicar-se em um ambiente médio de trabalho. O nível de conhecimento necessário de finlandês dependerá muito da natureza do trabalho.
A Finlândia dá grande importância ao treinamento vocacional, e existem exigências legais de qualificação para muitos campos e posições. Qualquer pessoa que tenha estudado e recebido qualificação fora da Finlândia deverá verificar antecipadamente se estas qualificações serão aceitas na Finlândia.
Os imigrantes têm, por lei, direito a serviços de integração, sendo as autoridades locais e representantes do Ministério de Emprego e Economia os principais responsáveis por organizá-los.
A Finlândia tem muito a oferecer
Então, o que tem a Finlândia a oferecer aos trabalhadores estrangeiros? Porque vale a pena vir à Finlândia?
“A Finlândia oferece boas condições de trabalho, de alta qualidade. Os empregados têm estabilidade, as crianças e os adolescentes recebem boas oportunidades educacionais, os serviços públicos são eficientes e temos empresas de sucesso, internacionalmente reconhecidas”, afirma Oinonen.
E, é claro, há o nosso maravilhoso campo ao norte, com inúmeras atividades esportivas e de recreio, uma vida cultural excitante, uma ampla gama de estudos baratos, casas limpas e confortáveis e uma sociedade que realmente funciona bem em todos os sentidos. Bem-vindos à Finlândia!
Fatos resumidos
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10 passos para trabalhar e viver na Finlândia
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Por Salla Korpela, atualizado em abril de 2020