Apresentamos a lista dos 10 melhores filmes finlandeses segundo pesquisa realizada com os leitores da página da page. Prepare a pipoca!
A Finlândia é responsável pela produção de grandes pérolas do cinema, que vão de documentários premiados a toda a obra do cineasta indicado ao Oscar Aki Kaurismäki. Finlandeses nativos e finlandeses de coração simplesmente se apaixonam pelos filmes aqui apresentados. Num piscar de olhos você também estará recomendando esses filmes de comédia, drama e ação para todos os seus amigos. A votação foi tão acirrada que consideramos injusto publicar uma lista em forma de ranking. Infelizmente, muitos dos trailers disponíveis na Internet apresentem apenas legendas em inglês. Vamos à lista:
Rare Exports (Exportações Raras: um conto de Natal)
Diretor: Jalmari Helander (título original: Rare Exports), 2010
O filme retrata a tarefa desafiadora de reinventar um personagem familiar e tradicional como o Papai Noel em um contexto de ação, dando ao bom velhinho um lado obscuro. Este ousado filme de fantasia tem como cenário a Lapônia na época de Natal, onde o Papai Noel é descoberto e capturado. Crianças começam a desaparecer e a Lapônia passa a encarar uma gangue de elfos rebeldes empenhados em resgatar seu líder. Helander demonstra um grande talento em combinar ação e humor em um só filme. O inverno escuro e congelado da Lapônia se torna um dos principais personagens do filme. [Observação do editor: filme não recomendado para crianças!]
Lapland Odyssey (Odisseia na Lapônia)
Diretor: Dome Karukoski (título original: Napapiirin sankarit), 2010
Também ambientado na Lapônia, este filme apresenta uma comédia com uma pitada de ação e é um pouco mais ensolarado que Rare Exports, porém em um cenário igualmente sinistro. A loucura toda começa quando Janne, uma preguiçosa de carteirinha, recebe a tarefa de sua amiga Inari de comprar um receptor de TV digital. Tudo acaba em uma grande diversão na neve. Janne e seus amigos se veem diante de uma série de erros hilariantes que vão dos horários limitados das lojas de eletrônicas em Rovaniemi até a chegada de turistas russos armados até os dentes. Lapland Odyssey é uma verdadeira pérola.
Mother of Mine (Minha Vida Sem Minhas Mães)
Diretor: Klaus Härö (título original: Äideistä parhain), 2005
Aproximadamente 70.000 crianças finlandesas foram enviadas para a Suécia durante a Segunda Guerra Mundial. O filme de Härö analisa esse período através do olhar de Eero, um garoto de nove anos de idade. Os temas abordados incluem confiança, amor e a dificuldade de fazer a coisa certa. A mãe de Eero não lhe inspira confiança alguma, e suas escolhas fazem com que o filho tenha dificuldades em confiar no amor materno. Seis anos depois, ele lê as cartas de sua mãe adotiva sueca após seu funeral e finalmente faz as pazes com o seu passado. O filme ganhou muitos prêmios internacionais, e foi eleito “Escolha da Audiência” no quesito de melhor narrativa na edição de 2006 do Festival Internacional de Cinema de Palm Springs.
Punk Syndrome (A Síndrome Punk)
Diretores: Jukka Kärkkäinen e Jani-Petteri Passi (título original: Kovasikajuttu), 2012
Na Finlândia, país famoso pela produção de documentários de altíssimo nível, The Punk Syndrome se destaca por sua qualidade e pelo assunto abordado: uma banda de punk rock cujos quatro membros são portadores de deficiência mental que deixa sua marca na cena musical. O motivo é simples: a banda simplesmente arrasa. Além de destacar uma grande banda do gênero, o documentário pode ser visto como uma prova do quão semelhantes nós somos, independentemente da segregação imposta pela sociedade. Como todo grande documentário, este apresenta uma visão bastante intimista dos membros da banda, e foi premiado com o SXGlobal Award no festival SXSW em Austin, Texas.
Steam of Life (Vapor de Vida)
Diretores: Joonas Berghäll e Mika Hotakainen (título original: Miesten vuoro), 2010
“Sauna” é a única palavra que migrou do finlandês para as línguas inglesa e portuguesa. Na Finlândia, as saunas não são apenas uma maneira de se banhar, mas também de socializar. Esse filme retrata o coração e a alma do país de uma maneira única. Na tela, homens finlandeses se banham em várias saunas e compartilham seus pensamentos com bastante franqueza. Esta belíssima obra representa a humanidade e a masculinidade de modo tocante, considerando verdades universais a medida que lida com problemas relacionados ao desgosto, à vida e à síndrome do ninho vazio. Ele também retrata como a vida pode ser quando se tem um urso como melhor amigo. É difícil evitar as lágrimas no decorrer do filme.
Soldados Desconhecidos
Diretores: Edvin Laine, 1955 e Rauni Mollberg, 1985 (título original: Tuntematon sotilas)
Duas versões baseadas no mesmo clássico da literatura finlandesa, feitos com 30 anos de diferença, são belíssimas obras do cinema e retratam a mudança de atitudes diante da guerra e do patriotismo. Laine usa como referência o amado livro de Väinö Linna, que foi a princípio considerado controverso e o transforma em um tributo à alma e desenvoltura dos soldados Finlandeses durante a Segunda Guerra Mundial. A versão de Mollberg tem como foco os horrores e o impacto da guerra, e ele tomou todas as medidas possíveis para que seus atores chegassem ao limite emocional, privando-os das coisas mais simples e mudando o leiaute do set de filmagens sem aviso prévio. Os filmes contam a história de uma fábrica de metralhadoras de quinta categoria que é convocada inteira para a frente oriental finlandesa em 1941.
The Three Rooms of Melancholia (3 Quartos de Melancolia)
Diretor: Pirjo Honkasalo (título original: Melancholian kolme huonetta), 2004
A devastação causada pela Segunda Guerra na Chechênia e seu impacto nas crianças chechenas e russas é o grande foco desse documentário poético. A câmera nos mostra uma escola militar russa, uma vila destruída pela guerra e crianças em um campo de refugiados. Honkasalo deixa que as imagens falem por si mesmas, adotando narrações esparsas para contar uma história mágica de uma maneira bastante comovente e imparcial. O filme ganhou três prêmios no Festival de Cinema de Veneza e o prêmio “Damasco de Ouro” na categoria de melhor documentário no Festival Internacional de Cinema de Erevan, entre outros.
Black Ice (Gelo Negro)
Diretor: Petri Kotwica (título original: Musta jää), 2007
Esta obra de Kotwica consiste em uma ótima mistura de drama psicológico e humor negro. Saara é uma médica cujo marido arquiteto, Leo, está envolvido em um caso amoroso com uma mulher mais jovem, Tuuli. Para se vingar, Saara se torna amiga de Tuuli sem revelar sua verdadeira identidade. Eicca Toppinen, da banda Apocalyptica, compôs uma trilha sonora com a tensão perfeita para esse filme incrível. Kotwica foi indicado ao prêmio de melhor diretor no Festival Internacional de Cinema de Berlim e o filme foi refeito na Coreia do Sul com o título Du yeoja (Duas Mulheres).
Frozen Land (A Terra Congelada)
Diretor: Aku Louhimies (título original: Paha maa), 2005
Esse filme complexo envolve uma séria de histórias entrelaçadas que ganham vida por uma professora que perde o emprego. Como cineasta, Louhimies tende a olhar para os seres humanos e seus pontos fracos com um olhar bastante fixo, porém as pessoas tendem a ser resilientes com relação às suas fraquezas e atribulações. Às vezes ela chegam até a ser boas. Frozen Land foi premiado em Athens, Bergen, Gotemburgo, Leeds e Moscou.
Ricky Rapper (Ricky Rapper)
Diretor: Mari Rantasila (título original: Risto Räppääjä), 2008
Nesse filme baseado na série de livros infantis de Sinikka e Tiina Nopola, Ricky é um baterista e rapper que está sempre participando de várias jam sessions e outras travessuras. Independente e engenhoso, Ricky precisa encarar alguns adultos pra lá de quadrados de seu mundo que não compreendem sua paixão por batidas funkeadas. Porém, ele é fundamentalmente a favor de tudo o que há de bom no mundo. Um filme musical e familiar que todos podem curtir, Ricky Rapper foi um dos maiores sucessos de bilheteria no ano em que foi lançado.
Borrowing Matchsticks (Empréstimo de Fósforos)
Diretores: Leonid Gaidai e Risto Orko (título original: Tulitikkuja lainaamassa), 1980
Colaboração cinematográfica entre Finlândia e União Soviética, esta comédia ambientada na cidade de Liperi na Finlândia oriental é estrelada por atores russos e finlandeses, e tem como base um romance de 1910. A história começa com a ida de Antti Ihalainen até a casa do vizinho para pedir alguns fósforos emprestados, porém tudo muda quando Ihalainen se depara com o amigo Jussi Vatanen, que lhe dá uma carona. Vatanen, que está viúvo há um ano, precisa da ajuda de Ihalainen para encontrar uma nova esposa. Em pouco tempo as coisas ficam completamente fora do controle neste bem-sucedido exemplo de comédia bucólica e espalhafatosa. Você também pode conferir uma versão 100% finlandesa, dirigida em 1938 por Yrjö Norta e Toivo Särkkä.
Diretor e escritor Aki Kaurismäki
Kaurismäki é um daqueles raros diretores cujo estilo é tão característico e único que inspira a criação de adjetivos. A palavra “Kaurismäkiresco” é usada para descrever tudo que vai de filmes alternativos norte-americanos a restaurantes de Helsinque. Ele produziu obras-primas do cinema europeu durante cada fase dos seus 30 anos de carreira. Como exemplo, temos Le Havre (2011) e Mies vailla menneisyyttä (Um homem sem passado, 2002). “Um homem sem passado” ganhou o Grand Prix e o Prêmio do Jurado Ecumênico em Cannes, além de ter sido o único filme finlandês indicado ao Oscar. As obras de Kaurismäki enfatizam sua empatia pelos oprimidos e desprovidos de direitos civis. Ele tem um talento incrível para fazer o espectador rir de coisas surpreendentes.
Por Arttu Tolonen, janeiro de 2014