Adultos finlandeses foram classificados como tendo habilidades excepcionalmente altas em alfabetização, matemática e resolução adaptativa de problemas no novo relatório do Programa para a Avaliação Internacional de Competências de Adultos – Programme for the International Assessment of Adult Competencies (PIAAC). Além da Finlândia, outros países nórdicos e o Japão tiveram bom desempenho na pesquisa.
O estudo organizado pela OCDE examina periodicamente as principais habilidades para processar informações em um ambiente rico em tecnologia. As pessoas precisam dessas habilidades para estarem devidamente incluídas na sociedade e poder contribuir para a prosperidade econômica. A pesquisa abrange pessoas de 16 a 65 anos e é realizada a cada dez anos. Os resultados anteriores foram publicados em 2013.
Finlândia no topo de todos os três rankings
Em alfabetização, a Finlândia ficou em primeiro lugar, o Japão em segundo e a Suécia em terceiro entre 31 países. A Finlândia recebeu 296 pontos, 36 pontos a mais que a média da OCDE. A proficiência em alfabetização é medida em cinco níveis. A Finlândia tinha 35% dos adultos nos dois níveis mais altos, em comparação com 23% no Japão, 20% na Suécia e 12% na OCDE. No total, 71% dos adultos finlandeses foram considerados como tendo habilidades boas ou acima da média em alfabetização.
A Finlândia também ficou em primeiro lugar em aritmética, seguida pelo Japão, Suécia, Noruega e Holanda. A capacidade dos finlandeses de entender e usar matemática pontuou 294,31 pontos a mais que a média. Menos da metade (45%) dos adultos nos países da OCDE foram considerados como tendo boas habilidades de aritmética (nível 3 ou superior). Enquanto 67% dos finlandeses atingiram pelo menos um nível de proficiência 3,31% estavam nos dois níveis mais altos.
Na resolução adaptativa de problemas, as pessoas na Finlândia e no Japão pontuaram melhor. Finlândia e Japão (276 pontos cada) foram seguidos pela Suécia (273) e Noruega (271) no ranking. A pontuação média na OCDE para resolução de problemas foi de 251 pontos.
Felizes e contentes
Participantes finlandeses na faixa dos 20 anos foram os que tiveram a maior pontuação nas habilidades em todas as três categorias. No entanto, finlandeses de todas as idades tiveram pontuação melhor do que a média da OCDE. Não houve diferenças significativas entre homens e mulheres. Imigrantes de primeira geração tiveram desempenho significativamente pior em alfabetização em comparação ao resto da população, mas essa lacuna diminui quando falam finlandês ou sueco em casa (a pesquisa foi realizada em finlandês ou sueco, que são ambas línguas oficiais na Finlândia). A lacuna também diminui dentre os que já estão na Finlândia há mais de cinco anos.
A pesquisa encontrou uma forte correlação entre educação e habilidades. A força de todos os níveis do sistema educacional finlandês é refletida nos resultados da pesquisa. A Finlândia também é um dos poucos países onde as habilidades melhoraram desde a pesquisa anterior. Em 2013, a Finlândia ficou em segundo lugar em todas as categorias — atrás do Japão em alfabetização e aritmética, e depois da Suécia em resolução de problemas.
A pesquisa PIAAC também descobriu que nove em cada dez finlandeses adultos estão satisfeitos com suas vidas, a maior proporção na OCDE. Por sete anos consecutivos, a Finlândia lidera o Relatório Mundial da Felicidade da ONU.
Outros dados do PIAAC mostram que 31% dos participantes na Finlândia acreditam que suas “oportunidades de ter voz na política” são boas. Este é um dos maiores resultados entre os países pesquisados.
Em resposta a outra pergunta da pesquisa, 68% dos adultos finlandeses dizem que “sentem que podem confiar nas pessoas”, também uma das maiores porcentagens entre os países participantes. Quanto melhores forem as habilidades de processamento de informações das pessoas, maior a probabilidade de elas pontuarem bem nesta categoria.
Por David J. Cord, dezembro de 2024
